O vinho como produtor essencial no Enoturismo

 

O vinho como produtor essencial no Enoturismo

Estamos numa época em que somos bombardeados com muita informação através de redes sociais, media e canal de televisão.

No que diz respeito ao mundo dos vinhos a procura pelo néctar do Deuses tem vindo a sofrer algumas alterações, versões melhoradas ao nível da comunicação.

Os produtores, agentes económicos, comissões vinícolas fizeram uma reflexão muito por aquilo que se passa no mundo. Os nossos vinhos têm diferentes mercados, uns mais conhecedores de que outros, mas ainda somos “pequenos” e nem todos nos conhecem. Exceção claro à nossa bandeira “vinho do Porto”. Mas existe mais vida para além do Vinho do Porto. Consequentemente a procura de novas formas de promover os nossos vinhos levou-nos ao passado, agarrando a temas da história, o chamado “storytelling”. Falar sobre os vinhos contando estórias que aconteceram em cada região, em cada quinta, em cada vinha. Perceber que estamos num país com uma história fantástica, que fomos os Reis do Mundo durante muito tempo.

Mas onde entra o Enoturismo ? entra desta forma, abrindo horizontes, criando experiencias.

Os produtores aproveitaram as quintas da família, as casas que os seus antepassados deixaram, as estórias e as vivencias. Tudo somado deu origem a contar estórias por trás do vinho, criando rótulos mais apelativos, dando a conhecer a região onde estão inseridos e acima de tudo a potenciar a qualidade dos vinhos.

Ao transmitir aos agentes económicos, sommeliers, distribuidores e garrafeiras estas estórias estão a potenciar a sua região e o seu vinho. Os enófilos ficam mais sedentos de conhecer a região e os seus vinhos, aparecendo para visitar. O vinho serve de cartão de visita para dar a conhecer a quinta. Quantos e quantos enófilos não viajam para o Douro, Alentejo, Dão ou Vinhos Verdes para conhecer melhor os vinhos? E podem ficar nos seus aposentos, quase que dormindo com os vinhos, na sala de barricas. Cria-se uma experiência onde tenta-se levar ao consumidor e visitante a essência de cada casa.

A maneira de dar a conhecer como se faz o vinho, provando vinhos na vinha que deu as uvas, no seu ambiente cria um laço bastante forte e uma mensagem forte. Associado a isso os quartos decorados de história da quinta, tudo à volta do vinho mas no ambiente descontraído. A gastronomia, onde por vezes se consegue ter a cozinha de autor onde impera um chefe de cozinha ou cozinha tradicional por vezes feita pela cozinheira da casa que trabalha na quinta à muitas décadas. Tudo isto com um copo na mão!

Por esse motivo podemos afirmar que o vinho faz com que possamos conhecer a região. Numa primeira fase longe da região, restaurante, na nossa casa, garrafeira. Numa segunda fase, devido à envolvência do vinho, na sua “casa”, na quinta onde foi produzido.

A pessoa viaja para a região por causa do vinho, conhece a região, viaja pelas vinhas e prova o vinho seu habitat associado com os pratos tradicionais.

O Enoturismo não pode ser apenas visto como uma espécie de hotel no meio de uma vinha. Deverá ser encarado como uma experiência, onde o vinho é o actor principal co ajudado pela paisagem, pelo hotel ou casa de família, pela gastronomia. Associado a isso podemos ter diversos eventos, desde “Trails” e caminhadas pelas vinhas ou na altura da vindima, pisar as uvas no lagar. Existem também passeios em balão de ar quente, piqueniques nas vinhas.

No Douro a paisagem património da Unesco, com passeios de barco no rio, onde se prova vinhos ou jantares e almoços na vinha. Nos vinhos verdes visitar as fantásticas casas Senhoriais onde se destacam as vinhas em seu redor. No Pico, a subida à montanha mais alta de Portugal com prova de vinhos no cimo. São exemplos de sucesso que todos devem ter em conta.

Esta abordagem ao nível do Enoturismo cria uma relação mais familiar com o visitante ganhando mais um embaixador dos seus vinhos no mundo. Embaixador de Vinhos Portugueses.

Comentários

Mensagens populares