Como Provar de Forma Descontraída by Rodolfo Tristão
Nestes tempos que nos
obrigam a estar em casa, nem tudo é mau. Provavelmente sempre quis aprender a
provar vinhos, a ter uma ideia melhor sobre o vinho. Por esse motivo, propomos
uma serie de dicas para que possa entender o vinho e acima de tudo tirar prazer
desta experiência.
Provoque os sentidos,
descontrai-se e divirta-se.
1.
Escolha o
vinho da garrafeira que tem em casa. Caso pretenda algum vinho, pode ver as
adquira os vinhos nas garrafeiras online que entregam na sua casa. (caso seja
possível colocar as garrafeiras que fazem este serviço).
2.
Tenha em casa
o equipamento aconselhado, desde o saca-rolhas, copos e decanter.
Sente-se
confiante? Vamos lá!
3.
Procures
vinhos recentes pois a intensidade aromática é maior e torna-se mais fácil de
sentir os aromas e sabores, facilitando a prova.
4.
Caso pretenda
escolher diferentes tipos de vinho para provar, siga esta ordem: Espumantes,
Vinhos brancos, Vinhos Rosés, vinhos brancos de curtimenta, vinhos tintos,
colheitas tardias e licorosos.
5.
Se tiver mais
de dois copos, utilize. O objectivo é ter a noção da importância do copo na
prova do vinho. Propomos que utilize um copo mais aberto e um copo mais
fechado.
- Tome em atenção as temperaturas de serviço em e consumo dos vinhos em
qualquer situação. (seja em prova ou num restaurante ou em casa)
No caso dos tintos, se não tiver cave de vinhos com
temperatura controlada, coloque o vinho cerca de 3/4 horas antes de servir.
6º/8ºC
– vinhos espumantes
8º/10ºC
– vinhos brancos
12º/
14ºC – vinhos brancos com madeira, vinhos de curtimenta ( vinhos laranja)
12º/14ºC
– vinhos rosés
14º/16ºC
– vinhos tintos jovens
16º/
18ºC – vinhos tintos
8º/10ºC
– colheitas Tardias
10º/12ºC-
vinhos Generosos (Porto, Madeira, Carcavelos e Setúbal)
7.
Sirva a mesma
quantidade em ambos os copos. Não agite ainda! Aproveite e cheire um de cada
vez sem pegar nos copos.
8.
Pegue o copo
pelo pé, não pela “barriga” do copo. Pois vai aquecer o vinho.
9.
Consegue ver
uns filamentos em forma de lágrima a descer pelas paredes do copo? Se sim,
chama-se lágrima, da qual podemos avaliar se tem provavelmente mais ou menos
álcool. Se correr lentamente poderemos ter um vinho com mais teor alcoólico. Se
for mais rápida, é o inverso.
10.
Agite
suavemente o copo num movimento circular (faça o mesmo movimento para os dois,
alternadamente). Estamos a libertar os compostos aromáticos para serem mais percetíveis
ao nariz. Cheire, colocando o nariz dentro do copo (faça para ambos)
11.
Quais os
aromas que lhes transmite? Lembra aromas de Verão, Primavera? Aromas a fruta
que apanhava da arvore quando era mais jovem? Lembra a casa dos avós? O jardim
por onde passa quando vai trabalhar?
12.
Ingira o
vinho na boca, “bocheche” e prove.
Nos
brancos tente perceber se produz saliva, pois quando mais salivar mais acido
(frescura) se torna o vinho. Procure perceber se mantem os mesmos sabores que
encontrou no aroma.
Nos
tintos se sentir a boca encortiçada é devido aos taninos que nos provocam
“Adstringência”.
13.
De uma forma
descontraída, escreva no caderno:
a.
Quando bebia
este vinho? No Verão ou Inverno
b.
Onde o bebia?
Piscina, esplanada, lareira, sofá, à mesa!
c.
Com quem?
d.
Qual a música
que seria agradável de ouvir a degustar este vinho?
e.
Quem filme ou
Serie para acompanhar este vinho?
f.
Qual a comida
que servia com este vinho?
g.
Qual o copo
que gostou mais? Porquê?
14.
Faça as notas
num caderno e dê uma nota ao vinho. Veja as normas da pontuação da Revista de
Vinhos para servir como guia.
15.
Terminou a
prova do vinhos mas falta ao exame final: que comida fica bem com este vinho?
Será que melhora com a comida? O normal é o vinho melhorar com a companhia
certa.
Por esse motivo, pode ter
de escolher alguns pratos, mas quais? Como sei qual o mais adequado?
Vamos dar algumas linhas
orientadoras para que esta parte seja mais fácil e descontraída. Queremos que
partilhe a paixão dos vinhos com a cozinha. Faça aquela receita que tanto
queria e não tinha tempo!
Para vinhos brancos
jovens e rosés, frescos e fáceis de degustar pode escolher saladas de camarão,
com queijo ou frango, massa com atum, pasteis de bacalhau ou rissóis de peixe e
camarão. Couscous com legumes grelhados, salada de quinoa com cogumelos podem
ser excelentes.
Vinhos brancos com
madeira, estágio em madeira, brancos de curtimenta são escolhas acertadas para
peixes no forno, bacalhau no forno, bacalhau, polvo à lagareiro. Risottos
funcionam bem. Se quiser ser ousado e achar que o vinho que tem estrutura para
tal, carnes grelhadas podem funcionar bem, arroz de pato, empadão de carne,
bolonhesa e feijoada vegetariana. Queijos de pasta mole, leite de vaca ou
mistura são fantásticos para a combinação.
Vinhos tintos jovens e
frutados, pode escolher carnes grelhadas, lombinho de porco, febras, bife com
molho mostarda. Caso pretenda pratos sem carne, jardineira de legumes ou
cogumelos salteados com massa.
Vinhos tintos encorpados,
são ótimos para aqueles assados no forno, perna de peru, lombo de vaca, que
tanto queria fazer e não sabia qual o vinho adequado. Pratos de tacho como
feijoadas ou jardineiras.
Caso tenha tempo e
disponibilidade vinhos licorosos com queijos são escolhas acertadas. Vinho do
Porto Ruby, o chocolate é rei. Vinho do Porto Tawny, vinho da Madeira ou
Carcavelos, bolo de laranja, pão de ló e bolos secos funcionam bem. Com
Moscatel de Setubal e Favaios, queijos de pasta mole, leite mistura, bolos com
frutos secos são companhias certas.
Pretende-se que a prova
seja o mais fácil de entender caso seja um enófilo com pouco experiência.
Não esqueça que provar
vinhos é um prazer e quanto mais descontraído tiver, melhor vai entender e
perceber o vinho.
Boas provas!!
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